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domingo, 10 de janeiro de 2010

Dia 1

Frodo Bolseiro mal consegue olhar através de sua franja branca descabelada. Está pescando de sono. O pescoço cai para a frente a cada três segundos, mas ele resiste bravamente enquanto insite em sua espreita por trás do pêlo felpudo, devidamente lavado, hidratado e perfumado pela Amanda, a moça da pet shop que, numa suave contravenção ao destino implícito em seu nome de batismo, segue cada dia mais e mais odiando bichinhos como ele. Sim, cães de colo são um estorvo para algumas pessoas. Especialmente aquelas que, a cada nada santo dia, têm de conviver com trinta diferentes pelúcias de carne e ossso tão fofos quanto a frescura de suas donas. Por sorte, não é o caso de Frodo. Nem o meu.

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PS - E aqui, cá comigo, desbafo: saiu o primeiro parágrafo de um treino de uma escrita automática nascida nem um pouco da vontade de seguir o estilo da beat generation e, sim, da necessidade de treinar a verborragia ao mesmo tempo em que aqueço as juntas travadas dos dedos para que essas finalmente se animem a escrever algo que o valha!
E vamos ver no que dá...